A Namíbia alcançou 45% de auto-suficiência alimentar, pela primeira vez em 15 anos, graças à produção sustentada dos agricultores e ao apoio do Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas aos sistemas alimentares, anunciou hoje esta entidade. No caso de Angola, também foi totalmente auto-suficiente antes do MPLA ter comprado o país, em 1974…
A Namíbia, uma nação desértica, reduziu significativamente as importações de alimentos, especialmente de cereais básicos como o milho, o painço e o trigo, comunicou o PAM.
“Esforços de colaboração entre agricultores, processadores agrícolas e acordos de comercialização da indústria impulsionaram a produção agrícola, o acesso ao mercado e a sustentabilidade geral”, referiu.
O Conselho Agronómico da Namíbia (NAB, na sigla em inglês), que regula o movimento de produtos agronómicos e hortícolas, aumentou as restrições às importações para proteger os produtores locais da concorrência e para promover a auto-suficiência alimentar através da promoção da quota de mercado, de produtos especiais controlados e de esquemas de comercialização de cereais, segundo o comunicado de imprensa do PAM.
“O objectivo é expandir as operações, aumentar a produção agrícola e impulsionar a Namíbia para a auto-suficiência alimentar, diminuindo simultaneamente a dependência das importações”, afirmou o director executivo do NAB, Fidelis Mwazi.
Segundo Mwazi, o compromisso do conselho é “implementar um programa robusto de substituição de importações, para criar um ambiente e um mercado prósperos para os agricultores locais”.
O PAM está a promover sistemas alimentares “de ponta a ponta” na Namíbia, fornecendo tecnologia inteligente para o clima, sementes resistentes à seca, investimento em infra-estruturas, energia limpa, acesso ao mercado e formação agrícola, segundo a entidade.
“Ao longo dos anos, o PAM tem vindo a complementar as prioridades do Governo da Namíbia na expansão da produção interna de alimentos, facilitando parcerias e investimentos que permitem ao país captar maior valor do sistema alimentar, bem como fortalecer sistemas e estruturas que demonstram eficiência e eficácia para cumprir este mandato”, declarou o representante e director no PAM nesta nação que faz fronteira com Angola, George Fedha.
O PAM presta apoio técnico ao Governo para ajudar a fortalecer a cadeia de valor dos sistemas alimentares, bem como acelerar a transformação rural com vista a alcançar a ‘Fome Zero’.
ANGOLA, OS CAMINHOS DA DERROCADA…
Vejamos o que sobre Angola escreve o insuspeito e mais do que credível Paulo Lukamba Gato, na linha – aliás – do que há anos o Folha 8 tem afirmado.
«Se quisermos de facto resolver os problemas económicos e sociais do nosso país, temos de reunir coragem para fazermos um diagnóstico científico do real estado da Nação.
Só assim serão conhecidas as causas do desastre económico e social do nosso país desde a independência em 1975.
Cinquenta anos depois, já não se pode apontar o dedo acusador ao colono, até porque a elite política do país desde a independência, tem mantido excelentes relações com a antiga potência colonial, a ponto de Portugal se ter tornado no cofre mais seguro para guardar os recursos aqui saqueados.
Fica assim claro que os dirigentes angolanos são os únicos responsáveis da situação que prevalece no país.
Costuma dizer-se que errar é humano, reconhecer o erro é ter carácter, agora persistir no erro é uma escolha, é uma opção consciente.
Para os mais novos que por razões óbvias desconhecem o nível de desenvolvimento económico de Angola antes da independência, resolvi trazer alguns dados estatísticos que podem ajudar os jovens a encontrar outras referências e sobretudo para que saibam que a situação que o nosso país vive hoje não pode ser considerada de NORMAL porque de facto não é, senão, vejamos como era Angola em 1974, nas vésperas da independência:
Era o segundo maior produtor mundial de açúcar.
Era o terceiro maior produtor mundial de café;
Era o quarto maior produtor mundial de algodão;
Era o primeiro exportador africano de carne bovina;
Era o segundo exportador africano de sisal;
Era o segundo maior exportador mundial de farinha de peixe;
Por via do Grémio do Milho, Angola tinha a melhor rede de silos de África;
Tinha o CFB – Caminho de Ferro de Benguela a funcionar em pleno, do Lobito ao Dilolo-RDC, o CFM – Caminho de Ferro de Moçâmedes, do Namibe até Menongue, o CFA – Caminho de Ferro de Angola, de Luanda até Malange e o CFA – Caminho de Ferro do Amboim, de Porto Amboim até à Gabela;
Tinha no Lobito estaleiros de construção naval da SOREFAME;
Tinha pelo menos três fábricas de salchicharia;
Tinha pelo menos quatro empresas produtoras de cerveja, de proprietários diferentes;
Tinha pelo menos quatro fábricas diferentes de tintas;
Tinha pelo menos duas fábricas independentes de fabricação ou montagem de motorizadas e bicicletas;
Tinha pelo menos seis fábricas independentes de refrigerantes, nomeadamente da Coca-Cola, Pepsi-Cola e Canada-Dry, bebidas alcoólicas à base de ananás ou de laranja. E havia ainda a SBEL, Sociedades de Bebidas Espirituosas do Lobito;
Tinha a fábrica de pneus da Mabor General
Tinha três fábricas de açúcar, a da Tentativa, a da Catumbela e a do Dombe Grande.
Era o maior exportador mundial de banana, graças ao Vale do Cavaco.
Tinha uma linha de montagem da Hitachi, dos óleos alimentares da Algodoeira Agrícola de Angola.
Tinha a indústria pesqueira da Baía Farta e de Moçâmedes, e a EPAL, fábrica de conservas de sardinha e de atum.”
A verdade é que passados 50 anos desde a independência, os nossos dirigentes conseguiram a proeza de transformar um país EXPORTADOR em país que vive exclusivamente das IMPORTAÇÕES.
A pergunta hoje é:
O QUE FALTA A ANGOLA PARA VOLTAR A PRODUZIR RIQUEZA E BEM-ESTAR PARA OS ANGOLANOS?»
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